Por volta do ano mil setecentos e vinte, Diogo Garcia e João de Rezende
Costa, residentes na Ilha de Santa Maria, Arquipélago dos Açores, ficaram
sabendo que Portugal estava procurando pessoas interessadas em vir para o
Brasil.
À coroa portuguesa estava recrutando voluntários nas Ilhas dos Açores,
que estavam excessivamente povoadas. Uma embarcação partiu rumo ao Brasil
levando pessoas dos Açores. Na mesma embarcação estavam João e Diogo Garcia.
Ao
desembarcarem no Rio de Janeiro tomaram o Caminho Novo, Diogo Garcia
estabeleceu-se em um sítio na que hoje corresponde à cidade São João Del Rei. Poucos
anos depois, faleceu nos Açores, na Ilha de Fayal Manuel Gonçalves Correia, o
“Burgão”, amigo de Diogo Garcia, deixando viúva Maria Nunes. A viúva e suas
três filhas, por influência do amigo Diogo, decidiram vir para o Brasil,
especificamente para Minas Gerais.
O grupo chegou a
São João Del Rei - MG por volta de 1723. Uma delas, Antônia da Graça, já era
casada com Manuel Gonçalves da Fonseca. A segunda, Júlia Maria da Caridade,
casou-se, com Diogo Garcia, e a caçula, Helena Maria de Jesus, casou-se com o
amigo de Diogo, João de Rezende Costa.
As irmãs ao chegarem ao Brasil ficaram
conhecidas como as Três Ilhoas. Foram para Minas Gerais onde deixaram uma
grande descendência.Iniciada em São João Del Rei, a grande família descendente
das Três Ilhoas migrou para Franca e Ribeirão Preto, em terras paulistas.
Outros entraram em terras paranaenses.
Alguns foram para o Triângulo Mineiro
edificando povoações e tendo como atividade principal a criação de gado. Seus
descendentes foram afazendando-se e reproduzindo-se até chegarem ao leste do Mato
Grosso.
Em 1836, chegaram à região da
atual Jataí os pioneiros Francisco Joaquim Vilela e seu filho José Manoel
Vilela, (estes também descendiam das “três ilhoas” e de Diogo Garcia)
adentraram a região e montaram uma fazenda de criação de gado, às margens dos
rios Claro e Ariranha.
Esses dois grupos de
pioneiros constituíram o povoamento de Paraíso, hoje cidade de Jataí. Este último casal, teve vinte e quatro
filhos, mas apenas dez deles chegaram à idade adulta. Dentre estes, Antônio
Cândido de Carvalho e Manoel Carvalho Bastos foram trabalhar e ganhar a vida no
leste de Mato Grosso.
Entre os anos de 1836 a 1842 as famílias
Vilela, Garcia, Morais, Carvalho, Junqueira e Costa Lima demarcaram terras no
sudoeste goiano, entre o córrego do Lajeado até Santana do Paranaíba e ao longo
da nascente do Rio Araguaia até a barra do Rio Caiapó. Os filhos destes
pioneiros casaram-se entre si e seus descendentes formam hoje grande parte da
população do sudoeste do Estado de Goiás e parte do Leste do Estado de Mato
Grosso.
Em meados de
maio de 1889, partiram de Jataí, Manoel Carvalho Bastos, sua esposa, seu genro,
João José de Morais Cajango e esposa Prudenciana Maria e as filhas solteiras, para
onde hoje é a cidade de Alto Garças. A comitiva era composta de carros de bois,
cargueiros, gado, peões, membros da família e ex-escravos.
Fazia-se
necessário então a construção de uma casa. Foi chamado para esta construção o
pedreiro José Manoel Salgueiro que veio de Portugal para realização desta obra Salgueiro
por ter que passar muito tempo com a família para a construção enamorou-se de
uma das filhas de Manoel Carvalho Bastos, a moça Maria Júlia de Carvalho, com a
qual se casou.
Depois de casados, foram morar à margem direita do rio Araguaia,
no lugar denominado Comércio de Cima. Esta foi então a primeira família a
residir no que hoje corresponde a cidade de Alto Araguaia.
*Viviane Correa Carvalho – Graduada em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (2008). Mestre em História de Mato Grosso também pela UFMT no ano de 2011. Atua como professora há três anos entre Ensino Básico e Superior.
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